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Análise por fluorescência de raios-x: como funciona?

  • William Li
  • 5 de mai.
  • 3 min de leitura

A utilização de raios-x para determinação elementar de joias

análise de bracelete dourado em máquina de fluorescência de raios-x
Fonte: NitonUK

Na Aurhora realizamos análises por fluorescência de raios-x (FRX), com fins de determinação elementar. Não é preciso se preocupar, os equipamentos utilizados para essas análises já são desenvolvidos para proteger quem for realizar as análises. Além disso, é uma análise não destrutiva, ou seja, não danifica e nem compromete a amostra, facilitando análises de amostras sólidas e pouco alteradas fisicamente. Apesar dessa técnica não ser destrutiva para a amostra, ainda se devem ter cuidados com ela, garantindo que a amostra seja de tamanho adequado, homogênea e sem irregularidades na sua superfície, para que a parte irradiada da superfície seja igual ao resto da amostra analisada.


Esse método consiste em irradiar raios-X diretamente na amostra, que pode ser uma joia de metal precioso, um metal refinado ou até mesmo um metal de composição desconhecida, de tal forma que é possível obtermos dados sobre quais são os metais presentes nelas. Ao gerar raios-X, que são basicamente ondas eletromagnéticas altamente energizadas, esses raios interagem com as camadas eletrônicas mais internas dos átomos, e os elétrons presentes em cada átomo diferente interagem de forma diferente a essas ondas. 


Segundo o modelo atômico de Bohr, o átomo é descrito com um núcleo atômico que é cercado pelos elétrons, que se arranjam ao redor dos átomos seguindo camadas de energias. Cada camada de energia tem um nome, K, L, M, N etc. e pode comportar uma quantidade limitada de elétrons. A camada K é a mais interna e pode comportar até 2 elétrons, a L é a segunda interna podendo comportar até 8 elétrons, a M pode comportar até 18 elétrons e assim por diante. 


exemplo de átomo seguindo o modelo atômico de Bohr
Figura 1: Exemplo de átomo segundo o modelo atômico de Bohr. As bolas vermelhas representam os prótons, as verdes, os nêutrons e as azuis, os elétrons.

Quando o raio-X, de alta energia, atinge o interior do átomo, ele pode deslocar um elétron das camadas mais internas para fora do átomo, um elétron de uma orbita mais energética pode decair a fim de preencher o espaço vazio deixado pelo elétron. Nesse deslocamento, o elétron emite uma radiação específica ao perder a energia de um nível mais alto para um nível mais baixo, a qual pode ser detectada e medida sua intensidade.


Sabendo que a radiação emitida de volta é característica do elemento do qual ela sai, essa técnica permite a análise de quase todos os elementos presentes na amostra, tal qual a razão em que cada um está, o que torna possível calcular a concentração deles. Por causa dessa interação, cada metal presente na amostra exibe um padrão único de picos de intensidades (alturas) variadas que pode ser observado no espectro fornecido. 


Exemplo de análise por fluorescência de raios-X de uma amostra de ouro 18K
Figura 2: Exemplo de análise por fluorescência de raios-X de uma amostra de ouro 18K. Fonte: elaborado pelo autor.

Como um exemplo, a partir da Figura 2, obtida analisando uma amostra de ouro 18K, é possível determinar uma concentração precisa do ouro na amostra, além disso, descobrir quais outros metais compõem essa liga. Isso é feito calculando a razão entre as principais linhas de emissão dos elementos presentes na amostra, como mostrados na Tabela 1:


Tabela 1: Linhas de emissão de raios-X características e suas energias em keV

Elemento

Linha de emissão

Energia (keV)

Cu

8,05

Ag

22,16

Au

9,71

A partir das intensidades dos picos respectivos a cada elemento, o software do equipamento calcula a razão de cada elemento presente na amostra considerando todos os fatores relativos à emissão do fóton de raio-x característico como linha emitida, rendimento quântico de fluorescência, densidade da matriz, etc.. O equipamento não registrou sinais de que outros metais além de cobre e prata estariam presentes na amostra em quantidades significativas, o que pode ser observado na Figura 2. Dessa forma, é possível fazer análises de outras joias também, como anéis de ouro de outras quilatagens, joias de prata de ligas diferentes e outros metais refinados, como platina e paládio.


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Referências bibliográficas


  1. SCHLOTZ, Reinhold; UHLIG, Stefan. Introduction to X-ray Fluorescence Analysis (XRF). Karlruhe Alemanha: Editora Bruker AXS GmbH, 2006, E-book.

  2. Escuelapedia. Disponível em: https://escuelapedia.com/el-atomo-de-bohr/. Acesso em 14/04/2025

  3. HINDS, Michael W. THE NOVEL USE OF XRF SPECTROMETRY IN THE REFINING OF GOLD. Disponível em: https://www.911metallurgist.com/wp-content/uploads/2015/09/XRF-SPECTROMETRY-IN-THE-REFINING-OF-GOLD.pdf. Acesso em 14/04/2025

  4. THOMPSON, Albert C. et al. X-ray Data Booklet.  Disponível em: https://xdb.lbl.gov/Section1/Table_1-2.pdf. Acesso em 14/04/2025

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