A corrosão de materiais está frequentemente presente nos cotidianos doméstico, laboratorial e industrial, e por muitas vezes se torna um problema devido ao desgaste e a consequente inutilização do material ocasionados pelo processo. Nesse sentido, sendo a corrosão um processo espontâneo, a exposição de materiais metálicos em ambientes que possam acelerar sua degradação - tais como ambientes muito úmidos, com sais ou gases dissolvidos - pode se tornar extremamente indesejado. Por isso, uma série de tratamentos são empregados na indústria a fim de proteger e retardar tal processo químico, como o uso de metais de sacrifício, métodos de galvanização, proteção anódica ou catódica, entre vários outros. Entretanto, destacaremos, nesse artigo, uma outra forma comumente aplicada para tratar e proteger peças metálicas do processo de corrosão: os inibidores de corrosão.
O que são os inibidores de corrosão?
Os inibidores de corrosão são substâncias (orgânicas ou inorgânicas) responsáveis por retardar e, em alguns casos, paralisar o processo de corrosão em estruturas metálicas. De maneira geral, esses compostos, quando misturados ou adicionados à estrutura a ser protegida, têm seus componentes reagidos com a superfície metálica, formando um filme fino que é aderido ao metal e separando-o do meio externo corrosivo. O filme gerado, por sua vez, passa a reagir com este meio, finalizando a camada protetora que impossibilita ou reduz significativamente o contato entre o material e as condições propícias à corrosão.
Tipos de inibidores de corrosão
Apesar de serem empregados com o intuito principal de retardar o processo de corrosão, os mecanismos de ação de cada produto separa-os em tipos bem definidos. Assim, são alguns tipos de inibidores de corrosão: anódicos, catódicos, mistos e de adsorção. Contudo, é válido ressaltar, ainda, que os esses compostos podem ser classificados também de acordo com as aplicações e pela natureza (orgânica/inorgânica), por exemplo.
Inibidores anódicos: previnem a ocorrência de reações anódicas, ou seja, reações de oxidação. Os inibidores anódicos normalmente possuem nitritos em sua composição, os quais, ao participarem do processo de passivação da superfície, reagem e formam um filme protetor sobre esta.
Inibidores catódicos: são aqueles que previnem a corrosão ocasionada por reações catódicas, ou seja, por processos de redução. Nesse caso, íons como níquel, cálcio e/ou magnésio, normalmente presentes na composição desse tipo de inibidor, formam compostos insolúveis que impedem a difusão do oxigênio na superfície do metal, dificultando a movimentação dos elétrons e retardando o processo corrosivo.
Inibidores mistos: são responsáveis por proteger a superfície metálica de ambos os tipos de corrosão (anódica e catódica) a partir da formação de uma película de adsorção.
Inibidores de adsorção: são inibidores formados por compostos orgânicos, os quais atuam sob condições específicas de solubilidade, homogeneidade e dispersão na superfície metálica para que possuam um bom funcionamento. Tais parâmetros permitem que exista uma barreira hidrofóbica responsável por retardar a corrosão.
Preocupação com o meio ambiente e inovações
Com o aumento da preocupação da preservação do meio ambiente e do desenvolvimento de produtos químicos menos nocivos, pesquisas relacionadas à formulação de novos inibidores de corrosão têm sido presentes nos últimos anos. Normalmente, esses produtos, quando sintéticos, possuem boas características que favorecem a adsorção e a consequente maior eficiência no processo de proteção. Entretanto, os inibidores sintéticos possuem em sua composição metais pesados, cromatos, fosfatos e silicatos, por exemplo, os quais podem acarretar problemas sérios na natureza, como a eutrofização de ambientes aquáticos e a toxicidade deixada no local.
Assim, novos inibidores de corrosão denominados verdes estão se tornando, cada vez mais, uma alternativa interessante à problemática citada. Tais inibidores são produzidos a partir da extração de compostos orgânicos específicos (como alcaloides, flavonoides e taninos) de extratos de plantas ou materiais biodegradáveis, sendo exemplos as cascas de banana ou laranja, extratos de sementes e folhas. A versatilidade e a vasta gama de possibilidades a serem exploradas garantem a esse campo de pesquisa a possibilidade de obtenção de um produto eficiente, aplicável industrialmente, economicamente viável e não prejudicial ao meio ambiente.
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